Antes de ser um fenômeno cristão, a oração é um fenômeno antropológico, isto é, todos os homens, de uma forma ou de outra, rezam, sentem a necessidade de se relacionar com Deus, de buscar o transcendente. O diálogo com Deus ocupa, certamente, o primeiro lugar para quem se decide dar-se a uma vida interior intensa. Deus se doa a quem, totalmente e sem reserva, a Ele se doa.
A vida interior é uma vida de oração. Cada um deve encontrar tempo para estar com o Senhor em íntima comunhão e diálogo de amizade. Sem a vivência dos valores espirituais e evangélicos, não é possível ter conhecimento experiencial de Deus.
Qualquer pessoa que queira desenvolver a sua vida espiritual deve todos os dias encontrar o tempo suficiente para dedicar-se a determinados atos de oração.
Os estudiosos afirmam que nunca foi encontrado um povo sem religião, sem celebrações e sem divindade. Isso nos mostra como, em cada um, está presente a necessidade de, em determinados momentos, recorrer ao Senhor.
Na Bíblia, não encontramos nenhuma definição de oração, mas situações descritivas de homens e de mulheres que rezam. No entanto, ao longo dos séculos, muitos santos, teólogos, místicos procuraram dar uma definição deste misterioso e vivo diálogo com Deus. Santa Teresinha nos oferece uma explicação: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, um grito de reconhecimento e amor, no meio da provação ou no meio da alegria”.
Nunca devemos nos esquecer de que a oração, mais do que esforço pessoal ou iniciativa humana, é um dom gratuito de Deus. E, sendo Deus amor, inicia o diálogo, procura-nos. Como bem disse São João da Cruz, “Se é verdade que o homem procura a Deus, ainda mais é verdade que Deus procura o homem.”
A Quaresma é um tempo especial em que a Igreja nos convida à prática do jejum e da oração, a fim de que nós possamos nos preparar integralmente para reviver a vitória sobre a morte que Cristo veio trazer para toda a humanidade.
Pela oração, tornamo-nos mais próximos de Deus, conversamos com Ele, pedimos, agradecemos, mas também aprendemos a escutar. Escutamos Deus através do nosso exame de consciência, através de nossas orações e através da análise dos acontecimentos.
A prática do jejum nos torna donos de nós mesmos, pelo domínio da força de vontade. Quando jejuamos, vencemos a vontade de comer, muitas vezes por gula, e nosso organismo agradece e se desintoxica.
Pensadores, estudiosos, médicos sugerem que o jejum “lava” o organismo. Jesus jejuou porque o jejum o tornou mais forte e mais próximo do Pai.
Oração e jejum são, pois, ferramentas indispensáveis, de uma maneira intensa, na Quaresma, mas necessárias também durante toda a nossa vida.
Fonte: Catequese Católica