1 de janeiro de 2011

A ciência e o cristão

Ao homem do século XXI tudo envolve tecnologia, nada acontece na sua rotina diária sem estar relacionado a ela. Esta, por sua vez, é irmã gêmea da ciência, que não é tão nova mas só há pouco tempo tem começado a impactar de fato na vida do cidadão comum. Apesar de tanta importância, uma parte considerável das pessoas ainda não compreende o que realmente significam a ciência e a tecnologia. Alguns, motivados por declarações falsas da mídia ou de cientistas que vão além de suas competências e as apresentam como base para o ateísmo, colocam-se contra estas duas ferramentas maravilhosas da nossa era acreditando que, assim, defendem sua fé. Esta postura, entretanto, é a pior possível. Pode-se enumerar ao menos três grandes motivos para o cristão se dedicar a conhecer mais sobre ciência. A partir destes derivam-se muito outros.
O primeiro motivo é a sobrevivência. Se estamos num mundo tecnológico, só quem é capaz de lidar com ela pode ter um emprego e uma vida digna. Desde o empregado mais simples de uma indústria, passando pelo comerciante, até o engenheiro, todos precisam conhecer em maior ou menor grau ciência e tecnologia para desempenhar seus trabalhos. A ninguém hoje é dado o direito de alienar-se e ainda assim ter uma condição social minimamente aceitável. Se alguém, não importa por quê razão, se coloca a priori contra a ciência, como pode estudá-la satisfatoriamente para se desenvolver profissionalmente? Esta pessoa está fadada à hipocrisia de quem é contra algo mas aceita-o por interesses próprios, ou ao completo fracasso profissional e, consequentemente, social. Certamente não é o que Deus espera de um filho seu!
A segunda razão para um cristão conhecer tecnologia e, especialmente ciência, é a apologia cristã, ou seja, a defesa da fé. Se no mundo abundam afirmações cheias de cunho ideológico que tentam atacar a fé usando a ciência, cabe a nós protestar contra seu uso indevido. O papa Leão XIII refundou o Observatório do Vaticano em 1891. Já no primeiro parágrafo do Motu-Proprio de refundação ele deixa bem claras suas motivações, falando dos que atacam a Igreja: “… os filhos das trevas tomaram o costume de deprimi-la [A Igreja] em público com uma insensata calúnia e, trocando a noção das coisas e das palavras, de chamá-la amiga do obscurantismo, sustentáculo da ignorância, inimiga da luz, da ciência e do progresso”. Por construção e estrutura a ciência é neutra em relação a Deus. É preciso que os cristãos se dediquem a compreender isso para não ter sua fé atacada sem base alguma por ateus que se dizem grandes defensores da “verdade científica”. No mesmo documento o papa deixa claro que é este o papel esperado dos padres do Observatório do Vaticano: “que todos possam ver claramente que a Igreja e seus Pastores não se opõem à ciência sólida e verdadeira, quer humana ou divina, mas a encorajam e promovem com a máxima dedicação possível”. Creio que este também é papel dos leigos.
O último dos três motivos é, de certa forma, o mais nobre. Trata-se de trocar conhecimentos entre a teologia e a ciência e a tecnologia para o bem das três áreas. O amado papa João Paulo II falou-nos muito sobre isso: “O que é criticamente importante é que cada disciplina [Ciência e Teologia] deve continuar a enriquecer e nutrir a outra a ser mais plenamente o que pode ser” (Carta ao diretor do Observatório do Vaticano, 1988). A fé pode ser enriquecida pois “O desenvolvimento do espírito crítico purifica-a duma concepção mágica do mundo e de reminiscências supersticiosas, e exige uma adesão cada vez mais pessoal e ativa à fé, o que faz que sejam numerosos aqueles que atingem um sentido mais vivo de Deus” (Gaudium et Spes). A ciência e principalmente a tecnologia são neutras moralmente e precisam da ética para não voltarem-se contra o homem. Exemplos concretos não faltam: tecnologias militares usadas para destruição em massa e a própria crise ecológica são realidades terríveis vividas atualmente por todos.
Colocados estas três principais razões para um cristão conhecer a ciência, finalizo citando santo Agostinho, para quem “… mesmo um não-cristão sabe alguma coisa sobre a Terra, os céus e outros elementos deste mundo …” e por isso é vergonhoso “ouvir um cristão que tira conclusões precipitadas a respeito do sentido das Sagradas Escrituras e diz bobagens sobre esses tópicos; e devemos empregar todos os meios para evitar esse tipo de situação constrangedora” (Comentário ao Gênesis). Não é possível portanto, que um cristão se coloque contra teorias científicas (como o Big Bang e a Evolução, por exemplo) por motivos puramente religiosos. Se quiser fazê-lo, que faça-o em termos científicos, não teológicos. Por respeito próprio e de toda a cristandade.
Alexandre Zabot
Físico, mestre e doutorando em Astrofísica

Um olhar de otimismo para o futuro

"O Senhor se inclina lá dos céus sobre os homens, para ver se existe um homem de bom senso, alguém que procure a Deus (Sl 14, 2)". O Verbo de Deus feito Carne, Nosso Senhor Jesus Cristo, tem sobre as pessoas um olhar feito de profundidade, conhecimento, acolhida e misericórdia. Tendo o Senhor garantido Sua presença conosco até o fim dos tempos, todos os dias ele repete e renova Sua presença amorosa, que lança luz sobre os acontecimentos e sobre o desenrolar de nossos dias. Chegar ao limiar de um novo ano é oportunidade privilegiada para confrontar com o olhar de Jesus os passos dados e projetar o futuro.
Três olhares de Jesus provocam nossa reflexão. O primeiro deles foi dirigido ao jovem rico do Evangelho (cf. Mc 10, 21), sem dúvida, uma pessoa bem comportada. Terá cumprido bem todas as suas obrigações, terminando cada período da vida com as contas pagas, uma pessoa de bem, tanto que Jesus, fitando-o com amor, pediu-lhe o passo da radicalidade, seguimento estrito, no qual Deus é posto em primeiro lugar. O moço abaixou a cabeça e foi-se embora, porque era muito rico.
O segundo olhar é para Judas, o traidor. Tendo abandonado a Ceia, tudo se fez noite (cf. Jo 13, 30)! O Jesus preso no horto, traído por um beijo, preso nos pátios do Sinédrio e do Palácio de Pilatos, viu e foi visto por Judas (cf. Mt 27, 3-9; Lc 22 47-53). O olhar de amor resultou em desespero, pois a luz se fez e o amigo de antes não conseguiu dar o passo de confiança na misericórdia infinita! Recebeu muito, comprometeu-se à custa de um dinheiro sujo, corrompeu-se e não conseguiu voltar atrás.
A terceira figura, não menos pecadora, é nosso amigo Simão Pedro. Negou conhecer seu Senhor, encontrou também o olhar de Jesus e chorou amargamente. Não sabemos medir se foi maior o pecado de Pedro ou de Judas. O que sabemos é que um deles se isolou no desespero e o outro, banhado nas lágrimas, refugiou-se na comunidade dos discípulos. Medroso que era, precisou, depois da Ressurreição de Cristo, da ajuda de Maria Madalena e de João. O que negara tão vergonhosamente veio a ser testemunha qualificada do Ressuscitado!
Ao terminar o ano de 2010, deixemos que o Senhor da história nos atinja com Seu olhar de amor. Quem cumpriu todos os seus deveres não se encha de orgulho, mas encontre novo apelo à perfeição que vem de Deus. Dê graças a Deus, fonte de todo o bem! Há muito mais por fazer, há generosidade plantada do coração e pronta a florescer. Há um forte convite à partilha, há irmãos e irmãs que sofrem e gritam por maior generosidade.
Com a passagem de ano, haja em nós a ação de graças. É digno saber agradecer e ver o bem que foi feito pelos outros e por nós. Um sadio olhar de otimismo faz bem para o corpo e para a alma. Se identificamos os erros cometidos, acreditar no perdão, chorar, sim, os pecados cometidos, lavá-los na graça do Sacramento da Reconciliação e recomeçar.
O ano novo já é feliz, porque existimos e porque não estamos sós neste mundo.
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo de Belém - PA

31 de dezembro de 2010

Saiba como começar bem o ano de 2011

Pular sete ondas, comer lentilha, uvas, nozes, vestir branco... São muitas as superstições, mas neste dia que é o marco da passagem e início de um novo ano, certo mesmo é não se apegar em coisas externas, mas sim naquilo que é essencial: Deus, que dá sentido à vida. Neste dia que celebramos o nascimento de um novo ano, é preciso que nos coloquemos numa atitude de oração e de comprometimento de fazer em tudo, no ano que está chegando, a vontade do Pai.

26 de dezembro de 2010

Missa dos Concluintes da Zona Rural de Igaracy


No dia 24/12 foi celebrada na capela de São José no Bairro José Harmando uma Missa em Ação de Graças pelos Concluintes do Ensino Fundamental I da zona rural de igaracy. Presidida pelo Pe. Jackson, a celebração contou com a presença da secretaria de Educação do Município, professores, familiares e amigos dos concluintes. A todos nossos Parabéns!

Amor do pai e da mãe é essencial para a criança, diz Papa


No dia em que a Igreja celebra a festa da Sagrada Família, o Papa reuniu-se com os fiéis na Praça de São Pedro para a tradicional oração mariana do Angelus, neste domingo, 26."Disso necessitam as crianças: do amor do pai e da mãe. É isso que lhes dá segurança e que, no crescimento, permite a descoberta do sentido da vida", ressaltou.O Pontífice destacou que a narração do Evangelho segundo Lucas (2, 16) - sobre como os pastores de Belém, após receberem o anúncio do anjo, encontraram Maria e José, com Jesus deitado na manjedoura - indica que as primeiras testemunhas oculares do nascimento do Senhor se depararam exatamente com a cena de uma família: mãe, pai e filho recém-nascido.O Papa recordou ainda que o nascimento de toda a criança traz consigo algo deste mistério:"Com efeito, os seres humanos vivem a procriação não como mero ato reprodutivo, mas ali percebem a riqueza, intuem que toda a criatura humana que surge na terra é 'sinal' por excelência do Criador e Pai que está nos céus. Quanto é importante, então, que toda a criança, vindo ao mundo, seja acolhida pelo calor de uma família! Não importam as comodidades exteriores". Por fim, Bento XVI disse que a Sagrada Família é singular, irrepetível, "mas, ao mesmo tempo, é 'modelo de vida' para toda a família".